Os melhores filmes de 2021
Uma das coisas que mais gosto no fim de ano são listas. Aquele momento de reflexão, de colocar algo para se lembrar de assistir, ler, ouvir (etc) depois. Ao mesmo tempo, momento em que se vê como todos somos um pouco diferentes na maneira de refletir e pensar sobre a arte, essencialmente, mas também a vida.
Se 2020 não foi fácil, 2021 também pode ser dito que não. Dito isso, impossível tirar toda a situação ainda vivida pela pandemia no contexto na produção desse top 50. Aliás, se em muitos momentos já fui muito mais leve para observar filmes, me sinto cada vez mais fechado em buscar os sentimentos de alguns. De toda forma, tentei expressar um pouco das emoções, sensações e, especialmente, experiências que tive no ano.
No total, vi 145 desses disponíveis. O critério para estar dentro da lista foi bem simples: ser possível ver em 2021 legalmente no país. Ou seja, conta tudo, festival, exibição no cinema, streaming, entre outros. Tentei trazer esse como melhor forma de dimensionar para não deixar nada de fora — e adivinhem? Acabei deixando.
Bom, segue minha lista dos 50 melhores filmes do ano, com pequenas frases de cada um:
50 — Jesus Kid (2021, Brasil, Aly Muritiba)
Reflexões e indagações sobre as próprias referências.
49 — Luca (2021, Estados Unidos, Enrico Casarosa)
A eterna tentativa de ser livre.
48 — Fuja (2020, Estados Unidos, Aneesh Chaganty)
A ficção-científica sobre fugas.
47 — A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas (2021, Estados Unidos, Michael Rianda e Jeff Rowe)
O feelgood movie amoral.
46 — Anônimo (2021, Estados Unidos, Ilya Naishuller)
O melhor John Wick genérico.
45 — Carro Rei (2021, Brasil, Renata Pinheiro)
A revolta dos humanos contra as máquinas.
44 —La Taza Rota (2021, Chile, Esteban Cabezas)
As construções e reconstruções familiares do cotidiano.
43 — Nomadland (2020, Estados Unidos, Chloé Zhao)
Exposição das profundezas americanas.
42— Belle (2021, Estados Unidos, Mamoru Hosoda)
O conto de fadas neofuturista.
41 — Memoria (2021, Colômbia, Apichatpong Weerasethakul)
O filme em vida, a vida em filme.
40 — Val (2021, Estados Unidos, Ting Poo e Leo Scott)
Procurando a si mesmo no tempo.
39 — Palmer (2021, Estados Unidos, Fisher Stevens)
Sobre deixar algo no mundo.
38 — Sozinha (2020, Estados Unidos, John Hyams)
O horror masculino em toda parte.
37 — O Esquadrão Suicida (2021, Estados Unidos, James Gunn)
O filme anti-heroicamente anarquista.
36 — Minari (2020, Estados Unidos, Lee Isaac Chung)
As buscas com o mesmo destino trágico.
35 — Raya e o Último Dragão (2021, Estados Unidos, Don Hall e Carlos López Estrada)
Hayao Miyazaki chega à Disney.
34 — Resident Evil: Bem-vindo a Raccoon City (2021, Estados Unidos, Johannes Roberts)
John Carpenter gameficado.
33 — Sybil (2019, França, Justine Triet)
Psicologia reversa?
32 — Cyrano (2021, Inglaterra, Joe Wright)
O melodrama romântico não morreu.
31 — Pequena Mamãe (2021, França, Céline Sciamma)
A eterna busca pelas nossas raízes.
30 — Hit The Road (2021, Irã, Panah Panahi)
Te vejo na estrada, cowboy.
29 — Bela Vingança (2020, Inglaterra, Emerald Fennell)
O rape and revenge do século XXI.
28 — Ataque dos Cães (2021, Inglaterra, Jane Campion)
As compreensões dos próprios universos em que nos encaixamos.
27 — Natalis (2021, Brasil, Raquel Monteiro)
O mundo voyeur de si mesmo.
26 — Meu Pai (2020, Inglaterra, Florian Zeller)
Lembranças de um tempo que nunca vivemos (ou será que já?).
25–007: Sem Tempo Para Morrer (2021, Inglaterra, Cary Joji Fukunaga)
Destruição dos próprios símbolos ou as franquias morreram.
24 — Cry Macho:O Caminho para Redenção (2021, Estados Unidos, Clint Eastwood)
Viver enquanto há tempo.
23 — Não Olhe para Cima (2021, Estados Unidos, Adam McKay)
A autoparódia da década passada.
22 — A Crônica Francesa (2021, Estados Unidos, Wes Anderson)
Tudo é arte e nada é arte, tudo é forma e nada é forma.
21 — Godzilla vs. Kong (2021, Estados Unidos, Adam Wingard)
Ode à iconografia.
20 — Beckett (2021, Itália/Estados Unidos, Ferdinando Cito Filomarino)
O cinema político de ação dos nossos tempos (parte 1).
19 — The Velvet Underground (2021, Estados Unidos, Todd Haynes)
Veneração aos clássicos (tanto na narrativa, quanto na história).
18 — Madres Paralelas (2021, Espanha, Pedro Almodóvar)
Apagamentos do passado e do presente.
17 — Judas e o Messias Negro (2021, Estados Unidos, Shaka King)
O cinema político de ação dos nossos tempos (parte 2).
16 — Drive My Car (2021, Japão, Ryûsuke Hamaguchi)
Será que um dia ainda vamos nos perdoar?
15 — À l’abordage (2020, França, Guillaume Brac)
O fim da juventude e início dos problemas.
14 — Medusa (2021, Brasil, Anita Rocha da Silveira)
Pretérito do presente.
13 — Vingança e Castigo (2021, Estados Unidos, Jeymes Samuel)
Sam Peckinpah repaginado.
12 — Benedetta (2021, França, Paul Verhoeven)
As eternas redescobertas sobre a fé.
11 — The Killing of Harith Augustus (2019, Estados Unidos, Forensic Architecture)
Edição é narrativa.
10 — Tempo (2021, Estados Unidos, M. Night Shyamalan)
A crença em nunca deixar de não crescer.
9 — A Viagem de Pedro (2021, Brasil, Laís Bodanzky)
Reflexões sobre o início do Brasil e suas figuras.
8 — A Assistente (2021, Estados Unidos, Kitty Green)
As opressões e os seus ciclos intermináveis.
7 — Roda do Destino (2021, Japão, Ryûsuke Hamaguchi)
No final das contas, tudo na vida é sobre encontros.
6 — First Cow: A Primeira Vaca da América (2019, Estados Unidos, Kelly Reichardt)
O capitalismo e suas bases de formação.
5 — Army of the Dead: Invasão em Las Vegas (2021, Estados Unidos, Zack Snyder)
George Romero chega ao cinema comercial do século XXI.
4 — Maligno (2021, Estados Unidos, James Wan)
O encontro consigo mesmo, seja do diretor ou dos personagens.
3 — Undine (2020, Alemanha, Christian Petzold)
O realismo fantástico europeu.
2 — Titane (2021, França, Julia Docournau)
O transumanismo e os tempos familiares modernos.
1 — Matrix Resurrections (2021, Estados Unidos, Lana Wachowski)
A nerdice em seu estado mais puro e insano.